Em muitas situações, é possível transformar uma equação estocástica em uma aleatória, e vice-versa.
Considere uma equação diferencial aleatória da forma
dtdXt=f(t,Xt,Λt),
e suponha que o processo {Λt}t seja um processo de Itô satisfazendo uma equação diferencial estocástica
dΛt=a(t,Λt)dt+σ(t,Λt)dWt,
para um dado processo de Wiener {Wt}t.
Formalmente, podemos reescrever a equação diferencial aleatória como um sistema de equações estocásticas,
d(XtΛt)=(f(t,Xt,Λt)a(t,Λt))+(0σ(t,Λt))dWt.
Este é um sistema da forma
dUt=F(t,Ut)+Σ(t,Ut)dWt,
onde
Ut=(XtΛt),F(t,Ut)=(f(t,Xt,Λt)a(t,Λt)),Σ(t,Ut)=(0σ(t,Λt)).
Observe que o processo Yt entra, na equação aleatória, como um termo externo, enquanto que, na equação estocástica, ela é uma variável dependente; uma "incógnita" da equação.
Considere uma equação diferencial estocástica com ruído aditivo, na forma
dXt=f(t,Xt)dt+σ(t)dWt.
Observe que, aqui, estamos assumindo que o termo de ruído σ(t) é independente do processo Xt, daí o termo "aditivo". Caso contrário, sendo σ=σ(t,Xt), o termo de rúido é denominado multiplicativo.
No caso aditivo, é possível transformar facilmente essa equação estocástica em uma aleatória. Nessa passagem, um elemento importante é o processo de Ornstein-Uhlenbeck {Ot}t, que satisfaz à equação diferencial estocástica
dOt=−Otdt+σ(t)dWt.
Considerando um "mudança de variáveis" para o processo Zt=Xt−Ot, temos, formalmente,
dZt=dXt−dOt=f(t,Xt)dt+σ(t)dWt+Otdt−σ(t)dWt=(f(t,Xt)+Ot)dt,
o que nos leva, finalmente, à equação diferencial aleatória
dZt=(f(t,Zt+Ot)+Ot)dt,
ou seja,
dtdZt=g(t,Zt,Ot),
com
g(t,Zt,Ot)=f(t,Zt+Ot)+Ot.
O caso multiplicativo em que o ruído é linear, i.e. σ(t,Xt)=σ0(t)+σ1(t)Xt, também pode ser considerado, através da transformação de Doss-Sussmann. Generalizações para o caso de um ruído multiplicativo qualquer também foram obtidas recentemente, mas a técnica é bem mais envolvida.