8.9. A equação de Langevin e o processo de Ornstein-Uhlenbeck

O modelo clássico (processo de Wiener) para o movimento Browniano de uma micro-partícula em um determinado meio é fundamentado na ação causada pelo bombardeamento aleatório das partículas do meio, mas não leva em consideração o momento da partícula. De fato, cada colisão acarreta diretamente em uma mudança de posição da micro-partícula, influenciando a taxa de variação de posição (i.e. velocidade), ao invés de acarretar em uma mudança na taxa de variação de momento (ou de aceleração). Uma alternativa a esse modelo é a equação de Langevin

dvtdt=νvt+σξt \frac{\mathrm{d}v_t}{\mathrm{d}t} = - \nu v_t + \sigma \xi_t

onde ν>0,\nu > 0, σ>0,\sigma > 0, vtv_t representa a velocidade da partícula no instante tt e ξt\xi_t é um ruído branco, modelado por dWt/dt.\mathrm{d}W_t/\mathrm{d}t.

Essa é uma versão estocástica das equações de movimento de Newton. O primeiro termo do lado direito representa um termo viscoso, com uma resultante de forças proporcional à velocidade da partícula. O segundo termo do lado direito representa a ação causada pelo bombardeamento aleatório das partículas do meio. O termo viscoso representa um bombardeamento "médio" ordenado, condizente com a ideia de que a maior parte do bombardeamento ocorre à frente do objeto, conjugada com uma atração molecular das partículas que ficam para trás, puxando a partícula no sentido contrário ao do seu movimento. Em cima desse bombardeamento médio, gerando a viscosidade, temos as flutuações desordenadas dos bombardeamentos, representado pelo ruído branco.

Em termos da posição xtx_t da partícula em cada instante t,t, o modelo de Langevin toma a forma

x¨t=νx˙t+σηt. \ddot x_t = - \nu \dot x_t + \sigma \eta_t.

No entanto, a derivada de um processo de Wiener não está bem definida no sentido clássico, de modo que a equação de Langevin tem apenas um sentido heurístico. Um modelo rigoroso utilizado com esse mesmo sentido físico é o processo de Ornstein-Uhlenbeck {Ot}t0,\{O_t\}_{t \geq 0}, dado como solução da equação diferencial estocástica

dOt=νOt  dt+σdWt, \mathbb{d}O_t = - \nu O_t\;\mathrm{d}t + \sigma \mathrm{d}W_t,

onde OtO_t é interpretado como sendo uma variável aleatória representando a velocidade da partícula no instante t.t.

Resolução

A solução dessa equação é

Ot=eνtO0+σ0teν(ts)  dWs. O_t = e^{-\nu t}O_0 + \sigma \int_0^t e^{-\nu(t - s)}\;\mathrm{d}W_s.

De fato, somando e subtraindo 11 nos dois termos e renomeando a variável de integração, temos

Ot=O0+(eνt1)O0+σ0t(eν(tτ)1)  dWτ+σ0t  dWs. O_t = O_0 + \left(e^{-\nu t} - 1\right)O_0 + \sigma \int_0^t \left(e^{-\nu(t - \tau)} - 1\right)\;\mathrm{d}W_\tau + \sigma\int_0^t \;\mathrm{d}W_s.

Usando o Teorema Fundamental do Cálculo, escrevemos

Ot=O0ν(0teνs  ds)O0νσ0t(τteν(sτ)  ds)  dWτ+σ0t  dWs. O_t = O_0 - \nu\left(\int_0^t e^{-\nu s}\;\mathrm{d}s\right)O_0 - \nu \sigma \int_0^t \left(\int_{\tau}^t e^{-\nu(s - \tau)}\;\mathrm{d}s\right)\;\mathrm{d}W_\tau + \sigma\int_0^t \;\mathrm{d}W_s.

Trocando a ordem de integração do terceiro termo e reescrevendo o segundo termo, obtemos

Ot=O0ν0teνsO0  dsνσ0t0seν(sτ)  dWτ  ds+σ0t  dWs O_t = O_0 - \nu\int_0^t e^{-\nu s}O_0\;\mathrm{d}s - \nu \sigma \int_0^t \int_0^s e^{-\nu(s - \tau)}\;\mathrm{d}W_\tau\;\mathrm{d}s + \sigma\int_0^t \;\mathrm{d}W_s

Juntando o segundo e o terceiro termos, chegamos a

Ot=O0ν0t(eνsO0+σ0seν(sτ)  dWτ)  ds+σ0t  dWs. O_t = O_0 - \nu\int_0^t \left(e^{-\nu s}O_0 + \sigma \int_0^s e^{-\nu(s - \tau)}\;\mathrm{d}W_\tau\right)\;\mathrm{d}s + \sigma\int_0^t \;\mathrm{d}W_s.

O integrando do segundo termo é precisamente Os,O_s, de modo que

Ot=O00tνOs  ds+0tσ  dWs. O_t = O_0 - \int_0^t \nu O_s\;\mathrm{d}s + \int_0^t \sigma\;\mathrm{d}W_s.

Isso significa, exatamente, que {Ot}t0,\{O_t\}_{t \geq 0}, conforme definido acima, satisfaz a equação diferencial estocástica

dOt=νOt  dt+σ  dWt. \mathrm{d}O_t = -\nu O_t\;\mathrm{d}t + \sigma\;\mathrm{d}W_t.

De outra forma, escrevendo

Ot=eνtO0+σeνt0teνs  dWt, O_t = e^{-\nu t}O_0 + \sigma e^{-\nu t}\int_0^t e^{\nu s}\;\mathrm{d}W_t,

e derivando informalmente os produtos, vemos que

dOt=νeνtO0  dtσνeνt  dt0teνs  dWt+σ  dWt=νOt  dt+σ  dWt. \begin{align*} \mathrm{d}O_t & = -\nu e^{-\nu t}O_0 \;\mathrm{d}t - \sigma \nu e^{-\nu t}\;\mathrm{d}t \int_0^t e^{\nu s}\;\mathrm{d}W_t + \sigma \;\mathrm{d}W_t \\ & = -\nu O_t\;\mathrm{d}t + \sigma\;\mathrm{d}W_t. \end{align*}

Bom, essas contas mostram que a fórmula acima nos dá, de fato, uma solução da equação. Mas como podemos chegar na solução a partir da equação? Podemos usar um fator de integração dado pelo termo de drift, a saber, eνt.e^{\nu t}. Dessa forma, temos

d(eνtOt)=νeνtOt  dt+eνt  dOt=νeνtOt  dt+eνt(νOt  dt+σ  dWt)=σeνt  dWt. \mathrm{d}(e^{\nu t}O_t) = \nu e^{\nu t}O_t \;\mathrm{d}t + e^{\nu t}\;\mathrm{d}O_t = \nu e^{\nu t}O_t \;\mathrm{d}t + e^{\nu t}\left( - \nu O_t\;\mathrm{d}t + \sigma \;\mathrm{d}W_t \right) = \sigma e^{\nu t}\;\mathrm{d}W_t.

Integrando, obtemos

eνtOtO0=σ0teνs  dWs. e^{\nu t}O_t - O_0 = \sigma\int_0^t e^{\nu s}\;\mathrm{d}W_s.

Isso nos dá, exatamente, a solução

Ot=eνtO0+σ0teν(ts)  dWs. O_t = e^{-\nu t}O_0 + \sigma \int_0^t e^{-\nu(t - s)}\;\mathrm{d}W_s.

Propriedades estatísticas

Da fórmula

Ot=eνtO0+σ0teν(ts)  dWs, O_t = e^{-\nu t}O_0 + \sigma \int_0^t e^{-\nu(t - s)}\;\mathrm{d}W_s,

como a esperança da integral de Itô é nula, deduzimos que

E[Ot]=eνtE[O0]. \mathbb{E}[O_t] = e^{-\nu t}\mathbb{E}[O_0].

Calculando a média quadrática, temos

Ot2=e2νtO02+2σeνtO00teν(ts)  dWs+σ2(0teν(ts)  dWs)2. O_t^2 = e^{-2\nu t}O_0^2 + 2\sigma e^{-\nu t}O_0\int_0^t e^{-\nu(t - s)}\;\mathrm{d}W_s + \sigma^2\left( \int_0^t e^{-\nu(t - s)}\;\mathrm{d}W_s\right)^2.

Usando que O0O_0 é independente do processo de Wiener, o termo misto se anula. Assim, usando a isometria de Itô no último termo, obtemos

E[Ot2]=e2νtE[O02]+σ20te2ν(ts)  ds=e2νtE[O02]+σ22ν(1e2νt). \mathbb{E}[O_t^2] = e^{-2\nu t}\mathbb{E}[O_0^2] + \sigma^2 \int_0^t e^{-2\nu(t - s)}\;\mathrm{d}s = e^{-2\nu t}\mathbb{E}[O_0^2] + \frac{\sigma^2}{2\nu}\left(1 - e^{-2\nu t}\right).

Com isso,

Var(Ot)=E[Ot2]E[Ot]2=e2νt(E[O02]E[O0]2)+σ22ν(1e2νt), \mathrm{Var}(O_t) = \mathbb{E}[O_t^2] - \mathbb{E}[O_t]^2 = e^{-2\nu t}\left(\mathbb{E}[O_0^2]-\mathbb{E}[O_0]^2\right) + \frac{\sigma^2}{2\nu}\left(1 - e^{-2\nu t}\right),

de modo que

Var(Ot)=e2νtVar(O0)+σ22ν(1e2νt). \mathrm{Var}(O_t) = e^{-2\nu t}\mathrm{Var}(O_0) + \frac{\sigma^2}{2\nu}\left(1 - e^{-2\nu t}\right).

Observe que

E[Ot]0,Var(Ot)σ22ν,quando t. \mathbb{E}[O_t] \rightarrow 0, \quad \mathrm{Var}(O_t) \rightarrow \frac{\sigma^2}{2\nu}, \qquad \textrm{quando } t \rightarrow \infty.

Além disso, para 0t1<t2,0 \leq t_1 < t_2,

Ot1Ot2=eν(t1+t2)O02+σeνt1O00t2eν(t2s)  dWs+σeνt2O00t1eν(t1s)  dWs+σ2(0t1eν(t1s)  dWs)(0t2eν(t2s)  dWs) O_{t_1}O_{t_2} = e^{-\nu (t_1 + t_2)}O_0^2 + \sigma e^{-\nu t_1}O_0\int_0^{t_2} e^{-\nu (t_2 - s)}\;\mathrm{d}W_s + \sigma e^{-\nu t_2}O_0\int_0^{t_1} e^{-\nu (t_1 - s)}\;\mathrm{d}W_s \\ + \sigma^2 \left(\int_0^{t_1} e^{-\nu(t_1 - s)}\;\mathrm{d}W_s\right)\left(\int_0^{t_2} e^{-\nu(t_2 - s)}\;\mathrm{d}W_s\right)

Novamente, a esperança dos termos mistos se anula, nos dando

E[Ot1Ot2]=eν(t1+t2)E[O02]+σ2E[(0t1eν(t1s)  dWs)(0t2eν(t2s)  dWs)]. \mathbb{E}[O_{t_1} O_{t_2}] = e^{-\nu (t_1+t_2)}\mathbb{E}[O_0^2] + \sigma^2\mathbb{E}[\left(\int_0^{t_1} e^{-\nu(t_1 - s)}\;\mathrm{d}W_s\right)\left(\int_0^{t_2} e^{-\nu(t_2 - s)}\;\mathrm{d}W_s\right)].

Como t2>t1,t_2 > t_1, separamos o segundo integral em duas partes,

0t2eν(t2s)  dWs=0t1eν(t2s)  dWs+t1t2eν(t2s)  dWs. \int_0^{t_2} e^{-\nu(t_2 - s)}\;\mathrm{d}W_s = \int_0^{t_1} e^{-\nu(t_2 - s)}\;\mathrm{d}W_s + \int_{t_1}^{t_2} e^{-\nu(t_2 - s)}\;\mathrm{d}W_s.

Pela propriedade dos processos de Wiener, o segundo termo é independente da outra integral, ou seja,

E[(0t1eν(t1s)  dWs)(t1t2eν(t2s)  dWs)]=E[(0t1eν(t1s)  dWs)]E[(t1t2eν(t2s)  dWs)]=0. \mathbb{E}\left[ \left(\int_0^{t_1} e^{-\nu(t_1 - s)}\;\mathrm{d}W_s\right)\left(\int_{t_1}^{t_2} e^{-\nu(t_2 - s)}\;\mathrm{d}W_s\right)\right] = \mathbb{E}\left[ \left(\int_0^{t_1} e^{-\nu(t_1 - s)}\;\mathrm{d}W_s\right)\right]\mathbb{E}\left[\left(\int_{t_1}^{t_2} e^{-\nu(t_2 - s)}\;\mathrm{d}W_s\right)\right] = 0.

Sobram, então,

E[Ot1Ot2]=eν(t1+t2)E[O02]+σ2E[(0t1eν(t1s)  dWs)(0t1eν(t2s)  dWs)]. \mathbb{E}[O_{t_1} O_{t_2}] = e^{-\nu (t_1+t_2)}\mathbb{E}[O_0^2] + \sigma^2\mathbb{E}[\left(\int_0^{t_1} e^{-\nu(t_1 - s)}\;\mathrm{d}W_s\right)\left(\int_0^{t_1} e^{-\nu(t_2 - s)}\;\mathrm{d}W_s\right)].

A isometria de Itô na versão de dois integrandos diferentes nos dá

E[Ot1Ot2]=eν(t1+t2)E[O02]+σ20t1eν(t1s)eν(t2s)  ds=eν(t1+t2)E[O02]+σ2eν(t1+t2)0t1e2νs  ds=eν(t1+t2)E[O02]+σ22νeν(t1+t2)(e2νt11)=eν(t1+t2)E[O02]+σ22ν(eν(t2t1)eν(t1+t2)). \mathbb{E}[O_{t_1} O_{t_2}] = e^{-\nu (t_1+t_2)}\mathbb{E}[O_0^2] + \sigma^2\int_0^{t_1} e^{-\nu(t_1 - s)} e^{-\nu(t_2 - s)}\;\mathrm{d}s = e^{-\nu (t_1 + t_2)} \mathbb{E}[O_0^2] + \sigma^2e^{-\nu (t_1 + t_2)}\int_0^{t_1} e^{2\nu s} \;\mathrm{d}s \\ = e^{-\nu (t_1 + t_2)}\mathbb{E}[O_0^2] + \frac{\sigma^2}{2\nu}e^{-\nu (t_1 + t_2)}\left(e^{2\nu t_1} - 1\right) = e^{-\nu (t_1 + t_2)}\mathbb{E}[O_0^2] + \frac{\sigma^2}{2\nu}\left( e^{-\nu (t_2 - t_1)} - e^{-\nu (t_1 + t_2)}\right).

Para t1,t20t_1, t_2 \geq 0 arbitrários, isso nos dá, por simetria,

Cov(Ot1,Ot2)=eν(t1+t2)Var(O0)+σ22ν(eνt2t1eν(t1+t2)). \mathrm{Cov}(O_{t_1}, O_{t_2}) = e^{-\nu (t_1 + t_2)}\mathrm{Var}(O_0) + \frac{\sigma^2}{2\nu}\left( e^{-\nu |t_2 - t_1|} - e^{-\nu (t_1 + t_2)}\right).

Para t1=tt_1 = t e t2=t+τ,t_2 = t + \tau,

Cov(Ot,Ot+τ)=eν(2t+τ)Var(O0)+σ22νeντ(1e2νt). \mathrm{Cov}(O_{t}, O_{t+\tau}) = e^{-\nu (2t + \tau)}\mathrm{Var}(O_0) + \frac{\sigma^2}{2\nu}e^{-\nu \tau}\left( 1 - e^{-2\nu t}\right).

Assintoticamente em t,t\rightarrow \infty, temos

Cov(Ot,Ot+τ)σ22νeντ, \mathrm{Cov}(O_{t}, O_{t+\tau}) \sim \frac{\sigma^2}{2\nu}e^{-\nu \tau},

ou seja, para τ1/ν,\tau \gg 1/\nu, os processos estão essencialmente descorrelacionados. O parâmetro 1/ν1/\nu funciona como uma escala de tempo para o correlacionamento.

Veremos, abaixo, como isso pode ser usado para se obter uma aproximação de um ruído branco.

Posição e velocidade na forma de sistema

Interpretando um processo de Ornstein-Uhlenbeck como representando a evolução da velocidade de uma partícula, podemos obter a posição integrando esse processo. Nesse caso, é comum denotarmos o processo de Ornstein-Uhlenbeck, modelando a equação de Langevin, como {Yt}t0,\{Y_t\}_{t \geq 0}, de modo que a posição fica sendo dada por

Xt=X0+0tYs  ds. X_t = X_0 + \int_0^t Y_s \;\mathrm{d}s.

Podemos, ainda escrever ambos os processos como solução do sistema de equações diferenciais estocásticas

{dXt=Yt  dt,dYt=νYt  dt+σ  dWt, \begin{cases} \mathrm{d}X_t = Y_t\;\mathrm{d}t, \\ \mathrm{d}Y_t = - \nu Y_t \;\mathrm{d}t + \sigma \;\mathrm{d}W_t, \end{cases}

com condições iniciais

Xtt=0=X0,Ott=0=O0. \left. X_t \right|_{t = 0} = X_0, \qquad \left. O_t \right|_{t = 0} = O_0.

Essa é a versão rigorosa da equação de segunda ordem

x¨t=νx˙t+σηt. \ddot x_t = - \nu \dot x_t + \sigma \eta_t.

Propriedade de reversão à média

O processo de Orstein-Uhlenbeck {Ot}t0,\{O_t\}_{t \geq 0}, conforme definido acima, tem a propriedade E[Ot]=E[O0]eνt0,\mathbb{E}[O_t] = \mathbb{E}[O_0] e^{-\nu t} \rightarrow 0, quando tt \rightarrow \infty (veja os Exercícios). Nesse caso, podemos dizer que a média assintótica é nula e que o processo "reverte", assintoticamente, a essa média nula. Mais geralmente, podemos adicionar um termo extra νμ  dt\nu\mu\;\mathrm{d}t de drift aditivo, nos levando à equação

dO^t=ν(O^tμ)  dt+σdWt. \mathbb{d}\hat O_t = - \nu (\hat O_t - \mu)\;\mathrm{d}t + \sigma \mathrm{d}W_t.

Escrevendo Ot=O^tμ,O_t = \hat O_t - \mu, vemos que {Ot}t0\{O_t\}_{t \geq 0} é um processo de Orstein-Uhlenbeck sem o termo extra:

dOt=νOt  dt+σdWt. \mathbb{d} O_t = -\nu O_t \;\mathrm{d}t + \sigma \mathrm{d}W_t.

Como E[Ot]0,\mathbb{E}[O_t] \rightarrow 0, quando t0,t \rightarrow 0, então E[O^t]=E[Ot]+μμ,\mathbb{E}[\hat O_t] = \mathbb{E}[O_t] + \mu \rightarrow \mu, ou seja, a esperança de {O^t}t0\{\hat O_t\}_{t \geq 0} converge para a média μ.\mu. Assim, o processo de Orstein-Uhlenbeck é um exemplo de mean-reverting process, ou "processo que reverte à média".

Exercícios

Nos exercícios abaixo, considere o sistema

{dXt=Yt  dt,dYt=νYt  dt+σ  dWt, \begin{cases} \mathrm{d}X_t = Y_t\;\mathrm{d}t, \\ \mathrm{d}Y_t = - \nu Y_t \;\mathrm{d}t + \sigma \;\mathrm{d}W_t, \end{cases}
  1. Mostre que

E[Yt]=E[Y0]eνt. \mathbb{E}[Y_t] = \mathbb{E}[Y_0] e^{-\nu t}.
  1. Mostre que

E[Xt]=E[X0]+1νE[Y0](1eνt). \mathbb{E}[X_t] = \mathbb{E}[X_0] + \frac{1}{\nu}\mathbb{E}[Y_0] \left(1 - e^{-\nu t}\right).
  1. Para Y0=y0Y_0 = y_0 determinístico, calcule a variância Var(Yt).\mathrm{Var}(Y_t).

  2. Para X0=x0,X_0 = x_0, Y0=y0Y_0 = y_0 determinísticos, calcule a variância Var(Xt).\mathrm{Var}(X_t).



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